O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), prometeu dar uma “solução” à discussão em andamento sobre anistia para golpistas envolvidos nos ataques de 8 de Janeiro. E pretende fazer isso antes de deixar o comando da Casa, em fevereiro do ano que vem.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, publicada nesta sexta-feira 1º, Lira não indicou qual seria essa “solução”, mas disse ter discutido o tema com representantes do PT de Lula – contrário ao projeto – e o PL de Jair Bolsonaro – que defende que os envolvidos sejam liberados.
O projeto em questão foi um dos temas mais falados em meio à discussão sobre apoios dos partidos às candidaturas para o substituto de Lira. No fim, o deputado alagoano conseguiu conter os ânimos e garantiu o apoio do governo e da oposição a seu indicado, Hugo Motta (Republicanos-PB).
“Um tema sensível como esse, por tudo que aconteceu, por tudo que está acontecendo, estava sendo usado inapropriadamente. Conversei tanto com um partido quanto com outro. Nós vamos dar a solução para isso dentro do meu mandato, conversando e ouvindo muito, como sempre faço”, disse Lira ao jornal.
Nesta semana, Lira anunciou a criação de uma Comissão Especial para discussão do projeto de lei sobre a anistia para os bolsonaristas. A medida, na prática, atrasou a tramitação do debate, que estava pautado para votação na Comissão de Comissão e Justiça (CCJ), presidida pela bolsonarista Caroline de Toni (PL-SC).
“Em todas as oportunidades que o presidente Lula pôde falar, disse que eu teria a preferência de conduzir a minha sucessão. Sempre tivemos conversa boa. Da mesma forma como eu mantenho com o ex-presidente [Jair] Bolsonaro. O PL e o PT estão no bloco majoritário e vão ficar juntos no mesmo bloco agora da segunda mesa”, complementou.
Na entrevista, Lira deixou claro que a negociação para garantir apoio majoritário à candidatura de Motta passou, por exemplo, pelo compromisso assumido de que os petistas vão indicar um nome para o Tribunal de Contas da União (TCU) quando houver vaga.
“Eles reclamam politicamente que nunca tiveram um representante no TCU e, quando tiveram candidatos, não tiveram êxito no plenário, que é a segunda etapa”, afirmou o atual presidente da Câmara.
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